Ela tinha idade de pedir colo, mas naquela noite aprendeu a levar coberta para os outros. Guardou o próprio choro para depois, como quem arquiva um documento urgente. Descobriu que ser “madura” era só um nome bonito pra fazer tudo com medo mesmo. Cresceu ouvindo que era forte, mas ninguém viu o preço da força. Foi sumindo nas entrelinhas da própria história. Hoje, olha pra trás e mal reconhece a menina que sonhava sem calcular boletos. Este livro é o convite para sentar com ela de novo, sem pressa. Para traduzir em palavras o que você aprendeu a engolir em silêncio. E, talvez pela primeira vez, cuidar da mulher cansada sem abandonar a menina que ainda espera. Aqui, você não precisa provar nada pra ninguém.

“Tive que parar várias vezes porque parecia que tinham escrito minha história. Chorei, mas foi o choro mais necessário dos últimos anos.”

“Sempre fui a ‘forte’. Pela primeira vez, me senti autorizada a admitir que eu só estava exausta.”

“Li em dois dias. No terceiro, mandei pra minha irmã com uma frase: ‘é a nossa história’.”